segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Estudo das Emoções - Raiva I




Nesta postagem vamos falar de uma emoção perigosa, bem conhecida e muito frequente, a raiva, uma emoção forte que nos altera repentinamente, gerando sensações físicas descontroladas do organismo e nos faz agir impulsivamente, sem tempo de pensar. Gera uma atitude agressiva com o intuito de nos livrar de alguma situação ou pessoa indesejada, ou de conseguir algo que queremos a qualquer custo, na tentativa (inconsciente) de evitar a  frustração.

QUEM NUNCA SENTIU RAIVA? 
Quem não se sentiu injustiçado e com uma enorme vontade revidar? Quem não se arrependeu de ter falado mais alto num momento de raiva!? Quem nunca “perdeu a cabeça” ou “fez tempestade em copo d’água?
Reação à ação que vem de fora e causa um movimento de dentro para fora, como que para expulsar, revidar, defender-se.

SENTIR RAIVA NÃO É AGRADÁVEL
Fisicamente sentimos que a pressão arterial sobe, os batimentos cardíacos se aceleram, parece que vamos explodir. É fatigante e pode causar um enfarto. Essa emoção pode constituir o maior entrave na vida emocional de muitas pessoas e pode ser considerada uma emoção perigosa, difícil de lidar. Está ligada ao controle, ao castigo e ao revide. Causa sofrimento para quem sente e para quem recebe a ação consequente.




NATUREZA DA RAIVA
Podemos relacionar a emoção da raiva a naturezas diversas. Primeiramente, a  uma interferência física onde segurar, prender, agredir alguém irá impedi-lo de fazer algo. Uma ameaça de dano físico ou moral, até mesmo uma ameaça de rejeição, um insulto verbal, tornam-se uma interferência que pode ferir física ou psicologicamente o individuo, gerando raiva.
Ainda, a própria percepção da raiva dirigida a si gera a uma resposta ao agressor com as mesmas características, ou seja, com raiva.
Há também a agressão ideológica, onde discussões e polêmicas podem evoluir para, desde uma simples briga com trocas de ofensas, até problemas de estado, gerando guerras entre nações.
Muitas  vezes, a fonte do nosso impedimento encontra-se dentro de nós. A partir de uma simples falha de memória, ou da constatação de uma inaptidão, o sentimento de frustração aparece e a raiva volta-se contra a própria pessoa, num processo de baixa autoestima. Neste caso, a inevitável explosão poderá acabar encontrando um alvo errado, devido ao próprio instinto de autopreservação, que fará com que o ofendido busque fora de si um motivo para suas frustrações e desabafe suas tensões sobre a pessoa errada,  em vez de iniciar um processo adequado de autoconhecimento, buscando o entendimento necessário para sua transformação e cura.



A RAIVA VARIA EM GRAUS DE INTENSIDADE E CRONICIDADE.
Quando percebemos que o impedimento que nos magoou ocorreu de forma acidental, a raiva pode vir com menor intensidade e ser passageira. Mas  quando sabemos que o impedimento foi premeditado e intencional,  a raiva será maior, mais intensa, e dependendo do assunto, poderá tornar-se crônica.
Outra diferença notável na intensidade da raiva ocorre quando se é magoado por alguém próximo, a quem presamos ou amamos. Isso ocorre por dois motivos: o primeiro, é a decepção ou desapontamento que potencializam a raiva, pois jamais seriamos capazes de imaginar que essa pessoa nos magoaria. O segundo, é o fato de que as pessoas mais próximas são aquelas que melhor conhecem nossas fraquezas, sendo assim, sabem “como” nos atingir com maior profundidade, e a magoa mais profunda gera a raiva mais intensa.
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A RAIVA PODE SER IDENTIFICADA  DE VÁRIAS MANEIRAS
O que chamamos de raiva passa por uma gama ampla de sentimentos que tem em comum a origem em um impedimento que frustra. Desde um leve aborrecimento, uma aparência de mau-humor, até a exasperação, o estado de ansiedade, a fúria.
Dependendo da forma como ela se instala, o individuo poderá ficar preso ao ressentimento, que pode ser passageiro, ou ao rancor, que a partir de sua cronicidade, ativará, após um longo tempo de passividade e auto alimentação, o desejo de vingança. É assim que a raiva envenena quem a sente, domina seus pensamentos e escraviza sua vontade. A simples visão de um ícone que remete à fonte da mágoa desperta o sentimento adormecido e ativa a raiva gerando repugnância e desprezo,  subprodutos da raiva.


Continua...

Até a próxima!!!



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